Um módulo que te conta como vai funcionar a jornada (em termos de cronograma de liberação, suporte, etc.) e te oferece uma direção sobre como aproveitar ao máximo essa experiência.

O Medo só tem medo do Desejo. Por isso nesse capítulo vou te contar como, através de uma história de amor que acontece na sua escrita e dentro de você, é possível conduzir seu Desejo para que ele se transforme em inspiração — e passe a energizar sua paisagem interna (a terra onde você irá cultivar suas criações), energizando também o que você quer criar e a sua vida criativa como um todo. Nosso objetivo aqui é começar a transformar o (insuportável) crítico interno em parceiro criativo (daemon) & a estruturar um processo movido pelo prazer — inclusive de escrever. Para que você possa dançar — ao invés de se debater — no caminho de escrever sua obra, seja ela qual for.

Nos módulos anteriores, nos conectamos ao nosso corpo, aprendemos a lidar com as forças inconscientes e com o Tempo, além de termos preparado a terra da nossa paisagem interna. Agora é hora de plantar! Nesse módulo aprenderemos a arte de encontrar as sementes ou, como gosto de chamar, os corações-vivos, e a (trans)plantá-los no papel sem deixar que percam o pulso, a potência e a energia criativa que constituem sua magia. Iremos até as profundezas desse processo, passando pela floresta das ilusões ("boas ideias" sem energia de realização), até chegar ao aprendizado de como reconhecer com o corpo os verdadeiros corações-vivos e assim identificar na vida/na memória a matéria prima da nossa escrita.

Nesse plantio, você aprenderá a finalizar o seu texto sem que isso signifique impor um ponto final, o que aniquilaria o coração-vivo e todo o processo alquímico pelo qual ele passou. Você aprenderá a trabalhar com a visão do que o texto quer se tornar, uma visão que não raro terá se apresentado para você no plantio anterior –  ou sem ela, caso seja necessário. Te darei ferramentas-feitiços para identificar, com seu corpo, a "intuição de cosmos" que se apresenta no aparente caos do texto. Você exercitará sentir sua criação, encontrar as vontades dela e intuir, eroticamente, como trabalhar para que seu texto se torne o que ele pode e sonha se tornar.

Para escrever, precisaremos de tudo o que você é. Mas te ensinaram a achar que é “loucura sua” o que vem da sua Alma (seu chamado, seus sonhos), enfraquecendo essa conexão e deixando sua escrita e sua criatividade “sem chão”. Você pode até fugir da escrita como se estivesse fugindo da morte, mas não é a morte o que se esconde no lado escuro da escrita. É o mistério. Nesse capítulo, faremos uma jornada de reconexão com o que dizem é “loucura sua”, o lado escuro, o mistério — com o útero vivo da sua escrita.

Nem tudo, num processo criativo, cabe à(ao) jardineira(o). Não é você quem "cresce" a planta, por exemplo. Há partes que cabem ao Tempo, ao Sonho. Há partes que cabem ao seu inconsciente e às figuras que lá habitam. Quando você tenta fazer tudo, você se sobrecarrega e trava o fluxo da criação. Mas é muito difícil não tentar controlar tudo, ainda mais se você não conhece as outras forças envolvidas e nem como lidar com elas na prática criativa. Que é o que vou te apresentar nesse módulo: as forças da criação que atravessam seu corpo e como dançar com elas, na prática, para você não mais ter que escrever sozinha(o).

Nesse plantio você aprenderá a juntar alquimicamente a matéria selvagem que encontrou na vida, na memória, no sonho (os corações-vivos, as sementes, o selvagem) com os seus desejos, inspirações, vontades de manifestar, de protestar, de gritar (as intenções) – de forma que essas substâncias, tão diversas entre si, não briguem, pelo contrário, se potencializem e dêem origem a algo novo. Você pode até tentar lidar com todo esse caos ordenando-o, o que te trará irritação, agonia, sensação de que não vai dar conta – além de gerar um resultado sem frescor algum. Mas o que aprenderemos nesse plantio é a fazer essa mistura através das forças inconscientes e inspiradas da criação, da alquimia e do sonho – gerando assim um núcleo novo, vivo, singular, a partir do qual você poderá finalizar ou expandir sua obra, conforme desejar.