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"Por que viver minha criatividade quando o mundo está acabando?"



Dois medos dançam dentro de mim: o de que eu não seja singular, e o de que eu seja singular - e tenha algo importante que eu não esteja fazendo e que, por minha singularidade, só eu poderia fazer.

Quando dois fantasmas assim, gêmeos, dançam na minha cabeça, tenho o costume de ligar um alerta. Não o alerta de que eu não devia pensar esse tipo de coisa (já tentei, acredite, não dá certo), mas o alerta de que estou nas redondezas de um buraco negro da minha paisagem interna (o inconsciente, se você é nova por aqui), um lugar dentro do dentro de mim onde as "leis da gravidade" não se aplicam e esses fantasmas podem sim coexistir, dançar, rir de mim.


Então eu afirmo, para não esquecer: cada um deles tem sua razão de existir.


Somos singulares e absolutamente banais. Escrevemos poesia com as mesmas palavras com as quais pedimos 100g de azeitona ou reclamamos do frio. As mesmas e banais palavras costuradas de maneira singular. E singular não por ser sobrenatural, mas por ser radicalmente histórico - somos pessoas "de época", somos datadas (somos cringe? Kkkk), até que por um segundo acessamos nossa originalidade e nos sentimos

além do tempo, além de quem a gente é, nos sentimos

a própria potência infinita de criação.


Somos absolutamente banais, mas guardamos uma abertura singular para a potência infinita de criação. Uma abertura que podemos passar a vida inteira sem acessar, acreditando que não podemos ser tão banais e ao mesmo tempo ter alguma singularidade, quando isso deve ser o que é ser humano (algo que ainda estou tentando desvendar, confesso).

Temos medo de não sermos singulares, mas estamos dispostos a isso? Estamos prontos para dizer "sim" à convocação de incorporar, de ser abertura pra nossa voz, de materializar isso que somos e a partir daí construir o mundo que desejamos - e que, portanto, nos convoca a realizá-lo?

Você está disposta a dizer "sim" para o chamado da sua singularidade? ❤️


Com afeto e fúria,

Sheyla S.

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